segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Palhinha: Viagem de Harley SP-BA (Parte 1)








Saudações Amigos

Segue uma palhinha da: "Viagem de Harley SP - BA" ou "Long Way up" - Capítulo I

Dia D -1

A chuva andou castigando o Estado do Rio e a notícia de quedas de barreiras, rodovias interditadas se multiplicavam... As últimas considerações, será que vai dar certo? As pessoas falam que isso é loucura, por que? O pessoal que vai pra Salvador está pondo motos nas carretas e seguindo de avião, por que a ovelha negra quer rodar na estrada? Ora, porque é ovelha negra! kkk
Decisão tomada, óleo trocado a FLSTC e a 883R prontas para seguir viagem. Vamos raspar plataformas, gente!

31 Jan - Sampa - Campos dos Goytacazes (RJ)
O programa inicial, ficar no Rio o mínimo necessário; assim levantamos cedinho e fomos pra estrada. Por que tanta pressa em passar/sair da capital do samba? Bem, se você entrar num congestionamento da baixada fluminense, com todos aqueles caminhões e ônibus intermunicipais disputando espaço na Dutra, acrescente uma temperatura ambiente absurda que revela a coisa mais sensata, a cidade tem o nome de "Queimados", você vai entender.
Entrando na Av. Brasil deparamos com o pelotão de Choque fechando os acessos e o trânsito, após alguns minutos de suor pude entender, era um bloqueio preventivo já que estavam escoltando dois caminhões baú carregados (do que?); daí pra frente seguimos no vácuo do comboio, proteção policial à disposição, é verdade que seria mais confortável se eu pudesse ter certeza que os fuzis apontados com dedos nos gatilhos estivessem devidamente travados. Coisas da Cidade Maravilhosa...

01 Fev - Campos dos Goytacazes - Teixeira de Freitas (BA)
Foram duas fronteiras e cruzamos o Estado do Espírito Santo, de ponta a ponta. Teria sido mais tranquilo se, na região serrana, não surgisse a grande questão, o que é pior? Estar na mesma estrada, mesmo sentido e mesmo horário do veículo oficial do burgomestre de Linhares que, no exercício de sua "ortoridade" força ultrapassagens absurdas ou deparar com três carretas vazias e seus felizes motoristas brincando enquanto testavam suas habilidades de rodar coladinhos em alta velocidade? Até agora não consegui decidir...
Ah! A entrada da Bahia pela BR101 merece referência especial, além das esperadas crateras, repentinamente, sem aviso prévio, as HD faziam jus ao título de "cavalo de aço", corcoveando, parece que é uma especialidade do nosso DNIT... sabe construir lombadas, e cada vez maiores, quanto à sinalização, talvez um dia... Por falar em placas fico devendo a entrada na Bahia, porque não existia...
Na entrada em Teixeira de Freitas, uma surpresa, parecia que todos os mototaxistas resolveram acompanhar aquelas duas HDs estranhas no ninho, me senti parte de um filme onde visitantes montando elefantes são cercados e saudados por populares, no caso, um enxame de motociclistas...

02 Fev - Teixeira de Freitas - Ilhéus (BA)
Depois de umas braçadas na piscina à noite e um saboroso peixe Grudião, mais cama macia, o amanhecer lindo e avermelhado, fiquei pensando no amigo índio... Quais seriam os prognósticos? kkk
Na gaveta do Hotel Lord encontrei uma prece para "O estranho em nossa casa", algo como "...esperamos que você se sinta confortável e feliz... Quando você se for, que sua jornada seja segura. Nós somos todos viajantes, do nascimento à morte viajamos juntos para a Eternidade." Gostei...
Pegamos a Costa do Descobrimento e passamos em Monte Pascoal só pra rever as nossas raízes.
Ah! Desnecessário descrever como é voltar a Ilhéus, nada de piscina, entrar na maré à noite ainda é a melhor terapia para corpo cansado. Quer dizer, também tem suco de Cacau, sorvete de Cupuaçu, Cajá e etc... kkk

03 Fev - Teixeira de Freitas - Salvador (BA)
Deixamos Ilhéus, foi preciso determinação... kkk mas, precisávamos seguir viagem. Almoço em Camamu, onde veio outra dúvida, incluir ou não, uma passadinha em Morro de São Paulo? Dúvida cruel...
Por motivos que a razão desconhece, não achei a saída pra Valença e quando me dei conta estava na BR101, feita a correção de rumo chegamos em Valença e a 883 avisou que tinha problemas mecânicos. Pausa para verificar que ela não tinha condições de prosseguir, providenciado o estacionamento seguro, a triste ex-pilota assumiu a garupa e prosseguimos nos últimos 100km que faltavam até Salvador, pelo ferryboat de Itaparica.
O pessoal disse que a estrada era um tapete e como na Bahia sempre vai uma pimentinha, me avisaram que o ferry parava à meia noite. Entramos na estrada acelerando, até descobrir que, aparentemente, todas as pickups da região estavam no rally para chegar na mesma balsa. Até ai tudo bem, mas alguns trechos de ausência de asfalto faziam parte do percurso, então foi...
Conseguimos chegar a tempo e pegar a "Ivete Sangalo" para transpor a Baía de Todos os Santos. Chegamos em Salvador completamente às escuras, ninguém na rua, exceto veículos que desembarcaram conosco. No Hotel, os hóspedes esperavam o retorno da luz para subir aos apartamentos, o pessoal da portaria não dava conta de, individualmente, abrir portas porque os cartões não funcionavam. Nos dias que se seguiram, a mídia se deliciou ouvindo autoridades e especulando sobre o blackout em oito estados nordestinos.

Assim concluímos a primeira parte da jornada.

Braço, Plabo

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